Noir francês

A lua na sarjeta (La lune dans le caniveau, 1983), David Goodis por Jean-Jacques Beineix.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

JAMES M. CAIN

Nascido em 1892 e morto aos 85 anos, em 1977, James M. Cain só publicou seu primeiro livro aos 42 anos, o arrebatador O destino bate à sua porta, em 1934. Esta novela, de pouco mais de 100 páginas gerou três filmes (a primeira versão, não-autorizada, foi dirigida por Luchino Visconti e constitui um dos marcos do Neo-Realismo italiano), legou ao autor um processo por obscenidade, conferiu-lhe fama e respeito, e inspirou Albert Camus, que confessou a influência do livro de Cain na motivação interna do seu romance O estrangeiro, hoje um clássico da literatura universal. O destino bate à sua porta forma com Dupla indenização (1935), filmado por Billy Wilder, o par de obras mais conhecido, polêmico e reeditado de Cain, às vezes num só volume. Outra obra muito discutida é A borboleta, de 1946: relato de amor e incesto entre pai e filha. (Na adaptação para o cinema, Orson Welles interpreta o pai.) Cain foi professor de matemática, jornalista, cantor, editor, militar e roteirista de filmes em Hollywood. Seus romances estão na fronteira entre a literatura mais séria (de reflexão e proposta de renovação do assunto e da forma), e o relato policial de entretenimento, que só quer fisgar o leitor e conduzi-lo com interesse até o desfecho, gênero do qual foi um mestre indiscutível. Publicou ao todo 18 livros, com destaque ainda para O instituto, A mulher do mágico, Serenata e A história de Mildred Pierce, considerado por muitos críticos, admiradores e escritores a sua obra-prima.

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