![]() |
L&PM, 2004. |
O
comissário Jules Maigret, gozando férias em Sables-d'Olonne com a esposa, vê sua
rotina mudar radicalmente quando a Sra. Maigret é hospitalizada às pressas para
uma cirurgia. Este evento fortuito altera o cotidiano ocioso de Maigret, que,
mesmo desinteressado dos acontecimentos que o enredam e insatisfeito com o rumo
de sua diletante investigação, vai solucionar mais um mistério e agarrar mais
um criminoso. Neste romance, publicado em 1948, e que é um dos melhores da
série, Simenon reflete sobre as consequências do ciúme amoroso na vida de um
homem, bem como sobre o aprisionamento a que o excesso de beleza pode conduzir
uma mulher. Uma das melhores personagens do livro ― e em torno da qual toda a
trama se constrói ― ironicamente não aparece nem para Maigret nem para o
leitor. Quando afinal se obtém a chave que dá acesso aos seus aposentos
íntimos, “onde se ouvia a respiração regular de uma mulher adormecida", o romance termina. Tal
característica faz deste relato um dos mais simbólicos e subjetivos já escritos
por Simenon.
Publicado originalmente na Verbo 21.
Um comentário:
Quando li o título, confundi este livro com o "Maigret se diverte", no qual o comissário também está de férias. Mas este, "As férias de Maigret" não li ainda não. Preciso ler. Li poucos ainda da série Maigret, mas um dia eu alcanço você, Mayrant. Risos. Gostei muito da sua resenha, o desfecho deste relato de Simenon me pareceu bem a cara dos filmes do velho Hitch. Já sei que vou adorar. Um abraço.
Postar um comentário