Noir francês

A lua na sarjeta (La lune dans le caniveau, 1983), David Goodis por Jean-Jacques Beineix.

domingo, 7 de julho de 2013

A CASA DO PENHASCO

L&PM, 2011.
Hercule Poirot, já aposentado, passa os dias ensolarados de verão no litoral da Cornualha. Hastings, de volta de uma longa temporada na América do Sul, encontra-se ao seu lado e o auxilia a resolver o enigma do assassinato de uma jovem, prima da proprietária da Casa do Penhasco. Supostamente, a moça foi morta em lugar da prima, que vinha sofrendo atentados, um dos quais na presença de Poirot. Em trama bem urdida, e cheia de surpresas, Agatha Christie consegue, com A casa do penhasco (Peril at end house), publicado em 1932, deter a atenção dos leitores e, ao mesmo tempo, desafiar a sua perspicácia. Numa situação em que todos os envolvidos são potencialmente suspeitos, apontar o criminoso é tão difícil para o leitor quanto para Poirot, que, em alguns momentos, sente-se impotente e ludibriado, a ponto de proferir o seguinte desabafo metalinguístico: "Por que ninguém nunca tem certeza de nadaNos livros de detetives, tudo é líquido e certo, claro. Mas a vida real é uma eterna confusão. Será que eu mesmo tenho certeza de alguma coisaNão, não, mil vezes não!" Sem chegar a ser um dos romances mais celebrados da autora, A casa do penhasco proporciona, sobretudo aos leitores aficionados pelo gênero, algumas horas de autêntico prazer.  

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