O escritor inglês Conn Iggulden é mais conhecido pelos
seus romances históricos, especialmente Os
portões de Roma, best-seller
internacional. Em 2006 escreveu e publicou, por encomenda, em comemoração ao
Dia Internacional do Livro, a noveleta Tormenta
(Rio de Janeiro: Best Bolso, 2012). Classificada erroneamente como thriller ― gênero mais afeito ao cinema
―, constitui um relato policial de ação, envolvendo rivalidade entre irmãos e
traição conjugal. É particularmente bem elaborada a forma como o narrador põe
em choque o meio familiar, apático, protagonizado por David, e o mundo
exterior, hostil, cujo representante, Denis Tanter, é tão forte e agressivo quanto
o gigante bíblico Golias. Deste embate, surge a oportunidade de David se
superar como indivíduo ou desmoronar definitivamente, ele, que desde a infância
sofre com as ofensas e provocações alheias. Para que este breve relato
compusesse um livro com 144 páginas, o editor optou por uma fonte enorme, para
míopes, e usou um papel fino demais, quase transparente. Nem oito, nem oitenta.
Com uma fonte menor e papel mais espesso, ficaria uma edição mais oportuna e
vistosa, com mais ou menos cem páginas. Relevando-se tudo isso, porém, Tormenta é puro entretenimento, para se ler
no ônibus, no trem, na fila do banco ou dentro de um café, diante de uma
fumegante xícara de cappuccino ―, se a humanidade em volta permitir.
Publicado originalmente na coluna Crítica Rasteira, da Verbo 21, em abril de 2013.
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