Noir francês
A lua na sarjeta (La lune dans le caniveau, 1983), David Goodis por Jean-Jacques Beineix.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
O MISTERIOSO CASO DE STYLES
Com este romance, Agatha Christie fez sua estreia na literatura policial, em 1917. E foi com ele também que ela forjou seu estilo (direto, dialogado e analítico, voltado exclusivamente para o desenvolvimento da trama) e seu método: narrar uma história policial, geralmente de assassinato, em que vários suspeitos são minuciosamente examinados por um detetive excêntrico e sagaz, quase sempre Hercule Poirot, que constitui seu personagem mais recorrente e um dos mais populares do gênero, ao lado de Sherlock Holmes, de Arthur Conan Doyle, e Jules Maigret, de Georges Simenon. A história é simples e se tornou uma fórmula à qual a autora retornará sempre, com variações de cenário, personagens, clima e atmosfera. Um casarão antigo, num lugar remoto, o proprietário ou proprietária, seus moradores habituais, incluindo os criados, seus hóspedes frequentes e os visitantes de passagem. Um crime acontece, em situação e local que desafiam a inteligência mais aguçada, e todos se tornam suspeitos. Nesta aventura inicial, a Sra. Inglethorp morre envenenada com estricnina, e os suspeitos são seu marido, seus dois enteados John e Lawrence, sua nora Mary, a agregada Cynthia, o Dr. Bauerstein e Evelyn Howard, espécie de faz-tudo da casa. Poirot, o promotor público e a Scotland Yard investigam o caso, mas é Poirot, obviamente, quem o resolve, surpreendendo a todos com seu método preciso e detalhista: a polícia, os personagens, o promotor, o juiz, os leitores e, talvez, até a própria autora, já que esta era a sua primeira incursão no gênero. Pelo que propõe, e como propõe, O misterioso caso de Styles transformou-se num marco do romance policial, sempre citado por críticos e estudiosos, ainda que Agatha Christie, com sua capacidade de variação e virtuosismo, o tivesse superado mais tarde com romances bem melhores.
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2 comentários:
Um post bem articulado e, diria, inesperado, de uma autora cuja fórmula soa (ou soava)esgotada. De qualquer forma, vale a indicação. Aquele abraço.
Tentei ler um livro de Agatha Christie, Mayrant, e não consegui terminar. O livro era "Os elefantes nunca esquecem". Talvez, não tenha escolhido o melhor livro dela ou, então, a má leitora fui eu. Qualquer dia, tento outro livro da autora. Um grande abraço.
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